*Aparecendo na loja com um forte estalo, quase deixo as coisas cairem. O gato, assim que chegamos, pulou imediatamente ao chão, miando visivelmente desgostoso. Cambaleando, fui obrigada a me apoiar em uma mesa de madeira próxima. Parecia que meu estômago fora amarrotado durante a viagem a qual, particularmente, julguei desagradável. Sentia uma forte tontura e quando finalmente ela passou, percebi o local em que estavamos. Só pude afirmar o plural ao ver o Diretor sentado em uma cadeira mais ao canto, só me observando.*
*Varrendo o lugar com os olhos, admirei-me com tantas caixas e aproximando-me do balcão, percebi que algumas varinhas estavam à mostra em uma parte de vidro. Logicamente, deveria ser uma loja especialisada.*
*O som de passos e uma pessoa apareceu mais além do balcão, próximo ao fim das estantes que haviam logo atrás da divisória. O vulto de um homem com leves tufos de cabelo aproximou-se, encarando-me com seus olhos muito claros, aproximou-se, dando uma olhadela na direção do Sr. Karkaroff e soltando um sorriso.*
- Logicamente não é sua aluna, certo, Caio? - disse ele, parecendo falar mais com ele do que comigo, ainda que me encarasse. Senti algo coçar em minha perna direita e percebi que meu novo bicho de estimação estava próximo à mim.
*Apanhando uma fitamétrica um tanto... diferente, questionou-me:*
- A senhorita seria destra ou canhota?
- Destra, senhor - respondi educadamente.*
*Não demorou e o idoso começou a tirar as medidas de minha mão direita. Enquanto o fazia, se apresentou com uma voz ligeiramente rouca, sem tirar os olhos de meu membro superior.*
- Meu nome é Olivaras... O fabricante de varinhas. Como chegaram via aparatação, logicamente não pode ver a fachada de minha loja, não é mesmo?
- Sim, senhor...
*Pedindo-me um minuto, após terminar de pegar minhas medidas, subiu em uma escada lateral, a qual tinha rodas presas às estantes, e avançou para o funda da loja. Ao voltar, trazia uma caixa longa e vermelha. Voltando à mim, abriu-a e ofereceu-me uma varinha. Ao apanhá-la com cautela, mal se passara um segundo e o dono da loja já tirava o objeto de minha mão. Franzi a testa, considerando aquilo uma tremenda falta de educação*
*Ainda assim, Olivaras saiu de volta para os fundos e, daquela vez, trouxera uma caixa com as mesmas proporções que a anterior, porém amarelo-vômito.*
*Ao apanhar a varinha, que logo me foi oferecida desta mesma caixa, a varinha iluminou-se com um brilho azulado na ponta, tão forte que chegou a cegar por alguns momentos. Quando a luz cessou, por fim, o fabricante de varinhas parecia muito satisfeito.*
- Cerejeira, corda de coração de Dragão, 25 cm.. Bem flexível. Bom... são 10 galeões.
*Colocando a mão no bolso, dei-lhe dez moedas de ouro, os quais davam aquele nome estranho que era "Galeões" e, guardando a carinha em um dos bolsos das vestes, apanhei meu gato com a mão direita, enquanto a outra ainda se ocupava com os materiais que ganhara. Logo, caminhei até o lado do diretor e apoiei-me na parede, dando um suspiro ligeiramente cansado.*